Itajubá, 25 de maio de 2012
Bem, o que me motivou mesmo a começar tudo isso foi a querida Renata Reis, ex-colega de faculdade, companheira dos perrengues do trabalho de conclusão de curso. Desde antes de terminar o curso que ela já tinha o sonho de fazer intercâmbio, trabalhar como au pair nos Estados Unidos. Só que, uma coisa é sonhar. Outra coisa bem diferente é você ter atitude e chegar lá. Pois é, ela chegou. E ouvir essa notícia da partida dela em um mês pra NY me deu uma injeção tremenda de ânimo.
O que eu posso dizer é, que o primeiro passo já foi dado. Faz alguns dias já, semanas, talvez, que minha cabeça anda a mil. Tenho lido muitas coisas, muitos blogs, procurado muitas informações, mas é tudo muito distante e pequeno ainda.
Um dos maiores problemas, na minha opinião, é a falta de informação sobre o meu destino: CANADÁ. A maioria dos fóruns e grupos, principalmente no Facebook que é lugar em que as pessoas mais se reúnem para ajudar, é sobre pessoas interessadas em ir para os Estados Unidos. Nada de Canadá.
Meu sonho já começa complicando por aí. Mas bem, se eu ficar caçando dificuldade desde já, nada anda.
Por que o Canadá?
Na verdade, minha vontade inicial era de ir pra Islândia. Olha bem, “é um país nórdico insular europeu situado no Oceano Atlântico Norte”. Um ovo, no meio do nada.
Mas é que uma vez vi no Domingo Espetacular uma reportagem muito legal falando da qualidade de vida das pessoas lá. O salário é bom, o serviço de professor é respeitado, as crianças e pessoas são educadas, tudo de bom! Em inglês, Iceland, ou seja, o país do gelo! Quase no topo do mundo o lugar. Mas é lindo.
But... comecei a ler sobre o lugar, num blog de um cara que tinha mudado pra lá. Ai comecei a mudar de ideia. Dentre outros pequenos pepinos, por se tratar de uma ilha no meio do nada, as vezes, por dias, eles ficam sem conexões com nenhuma parte do mundo, tem vulcão lá, o idioma é o islandês (eu ia ter que aprender islandês!!!) e por último, a iguaria mais apreciada é a carne de tubarão (e outros bixos marinhos) podre. Eca! Não é pra mim. Como boa taurina que sou, me reservo ao direito de comer algumas coisas mais agradáveis do que isso.
Tá aqui uma fotinho de onde a Islândia fica... tão pertinho daz'europa, mas tãoooo longe! No way!
Bem, aí que tive que fantasiar morar em outro lugar. Seria o queridinho Estados Unidos como todos? Inglaterra? Irlanda? Austrália? Não, lógico que não porque eu sei que, involuntariamente, eu consigo ser mais complicada do que todo mundo!
Ai, eu decidi pelo Canadá. Bonito, moderno, mas sem toda aquela badalação dos EUA, frio, e principalmente, com a mesma qualidade de vida que eu teria na Islândia.
Quando comecei a ter aulas no CNA com a querida professora Rosana Spagnuollo, que já morou no Canadá por muitooosss anos, aí sim minha vontade foi nas alturas! Ela é cidadã canadense (inveja!!). Tem casa em Burlignton. Um sonho. Contava várias curiosidades sobre lá, da organização, da educação das pessoas. Gente o povo é muito educado! Imagina se quero sair do Brasil pra ir pra algum lugar achar gente pior do que aqui, até parece!
Então basicamente é isso. Simplesmente Canadá.
Por que ir?
Bem, essa é uma pergunta curiosa. Acho que primeiro pela experiência pessoal. Segundo pela experiência profissional. Pra mim que decidiu que não ponho os pés em escola pública nem regular never again, preciso de um diferencial se quiser ficar no mercado de professores de ESL (English as a Second Language). Cada vez que ouço que vai entrar um professor novo no serviço porque já viajou pro exterior meu coração gela, porque eu não tenho isso e posso a qualquer hora perder meu espaço pra alguém que já. É uma situação complicada, não? Seria uma maneira de dar um upgrade na minha carreira. Ôh se não! É, acho bem que é muito mais pelo lado profissional do que pessoal. Sou muito insegura e tenho medo de ser deixada pra trás pelos que são melhores que eu.
Como?
A resposta é pura e simplesmente: não faço a menor ideia por onde começar.
Mas acredito que por no papel assim que nem eu estou fazendo já é um bom começo porque minha patroa diz que “tinta no papel não volta mais”. Então, dou essa decisão como tomada, e esse certamente é meu primeiro passo pra tudo isso.
Fiz uma timeline com algumas coisas que pesquisei sobre passo-a-passo pra viagem. A primeira da lista é a escolha do país, depois da cidade e depois da neighbouhood. Limitei-me ao país, pois até a cidade não sei qual que preferiria. Sei a que não quero: Vancouver, certamente. Hiper longe de tudo pra lá.
Estou em dúvida entre Ottawa, Toronto (mas tem muito movimento pra mim) e outra, tipo Burlington, a da minha teacher. Parece ser super tranquilo, e é lindinho lá. Olhando pelo street view conheci a sede do governo de Ottawa, lindo, lindo demais! Vários castelinhos (enormes) de telhado verde... Por falar em Ottawa, descobri essa semana que a pronúncia do nome em inglês em [ótóvá ou óróvá] . Vivendo e aprendendo!
Olha que lindo os castelinhos da sede do parlamento que eu falei! No centro de Ottawa.
Então, fora a escolha da cidade, a coisa mais difícil que estou achando é conseguir descobrir qual o melhor programa pro meu perfil de vida.
Isso porque, dependendo do que você quer fazer lá (estudar, trabalhar...) os procedimentos que você vai seguir pra conseguir são de um jeito.
E qual seria meu perfil?
Na verdade, tenho um sonho dentro do outro. Meu sonho era casar aos 26 e morar em Curitiba (Frio!). Eu sou muito planejadora. Gosto das coisas nos mínimos detalhes. Já tenho tudo planejado pra minha vida. Ao mesmo tempo, mudo muito de ideia. Acho que a única coisa que ainda não passou por nenhuma mudança foi a maneira que quero que seja a minha casa. A casa dos meus sonhos que tenho em mente tim-tim-por-tim-tim como quero que seja, desde que me entenda por gente.
Então, é por isso, por essa inconstância que de uns tempos pra cá mudei os planos. Vejamos:
Se for pra ser assim, tenho que trabalhar muito, ralar muito, pra lá pros oitenta anos de idade ter dinheiro suficiente pra começar a construir minha casa, em Curitiba, ou em qualquer lugar. E pra casar, então? Valha-me Deus, só de pensar... Meus planos de casar e morar em uma kitnet aqui no Brasil enquanto ajuntamos dinheiro pra construir a casa também já foram embora.
Que tal fazer isso em outro país? E esse é o meu mais novo sonho. Daqui poucos anos, quero casar no civil, só pra legalizar a situação, e com o dinheiro que economizaríamos de uma big festa, iríamos pra minha sonhada mudança pro Canadá. Lá sim, construiríamos nossa vida, trabalhando hard, mas recebendo o merecido. Compraríamos uma casa lá alguns anos depois. Passaríamos a ser cidadãos canadenses. Depois disso, é voltar pro Brasil com algum dinheiro e fazer nossa sonhada festa de casamento! Não é fácil sonhar? Eu acho.
Então meu perfil é esse. Uma garota de 22 anos, graduada em Letras, cursando especialização na área. Com um namorado da mesma idade, trabalhando na área de TI – que, por sinal, é muito requisitada no Canadá. Acho que a área mais requisitada, pra falar a verdade. Só que ele ainda não tem graduação, e um pouquinho pior, não tem inglês fluente.
Então, estou procurando desesperadamente por informações por qual a melhor solução para uma candidata com meu perfil... That’s it.
As meninas geralmente vão a programas de au pair, babás que moram na casa da família e que tomam conta das crianças da casa. Ganham semanalmente por isso e ainda podem estudar em alguma escola do local. Por falar em aprender, mais uma vantagem do Canadá: Além de inglês, tem a possibilidade de aprender francês. Que por sinal, é a língua oficial em muitos lugares do Canadá.
E agora?
Estou morrendo de medo. Esse fim de semana já avisei pro Edu, meu namorado, que teremos uma conversa séria. Quero contar pra ele sobre meus planos, pra gente. Sei que é um pouco de egoísmo meu querer fazer a pessoa sonhar meu sonho, mas se não fizer, vamos ficar aqui, pra sempre. Acho que será bom pra ele também. Pode ser muito bom na área dele, se Deus quiser!
Só que ele é meio difícil. Já fizemos alguns planos juntos, mas ele nunca leva a diante e esse é o meu medo agora.
Mas não vou sofrer por antecipação. Vamos conversar e ver no que dá. Mas uma coisa eu sei: eu vou. Espero que ele sonhe comigo também e entenda, pelo menos dessa vez, que nunca falei tão sério em toda minha vida.
Reportagem do Domingo Espetacular falando sobre a Islândia (em três partes)